viernes, 20 de noviembre de 2009

Encontro Autônomo entre feministas

ver fotos do encontro:

texto pos encontro : http://mulheresrebeldes.blogspot.com/2009/12/encontro-autonomo-entre-feministas.html


na Comunidade Autônoma Utopia e Luta: na escadaria da Borges – Porto Alegre/RS.

25 de novembro – Dia internacional de combate à violência contra as mulheres.


- Exposição de fotografias -


Sábado 28 de novembro


14.00 horas Abertura - sarau

14.30 Roda de conversa:
Lutas de mulheres camponesas.

16.30 café (traga sua caneca)

17.00 a 19.00 Roda de conversa:
Lutas de mulheres urbanas.


Domingo 29

14.00 vídeo-debate

16.00 café (traga sua caneca)

16.30 hs
Rumos, desafios, ações das mulheres em luta.

18.30 a 19.00 fechamento

Nossas lutas são as principais formas de prevenir a violência que sofremos em cada situação. Essas mesmas batalhas, que nos acompanham no dia - dia, nos elevam o espírito, a moral e mantem nossa garra.
Por isso, em lugar de falar especificamente em violência, optamos por aprofundar o conhecimento sobre nós mesmas e sobre nossas lutas. Seja para fora, nas ações públicas, seja para dentro, nas nossas práticas cotidianas e nossas discussões. Essas são também formas de barrar a violência contra nós, mulheres e lésbikas polítikas.
Quantas vezes nos encontramos entre companheiras e falamos sobre a conjuntura, tal atividade, determinada estratégia ... mas rara vez conversamos sobre qual o motor que nos impulsionou a entrar no ativismo, para despertar as rebeldias e despegar para esse
paraíso que chamamos ação.



O 25 de novembro é o Dia Internacional de Luta de combate à violência contra as mulheres. Um dia muito importante que para nós, mulheres rebeldes, simboliza a luta contra as diferentes e múltiplas maneiras do patriarcado capitalista nos agredir e tentar nos submeter. Tentar, porque de fato nunca conseguiu e não conseguirá.
Somos insubmissas. Somos como a água, tampa por aqui, infiltra por lá. Temos a violência do fogo da criação que destrói as plantas transgênicas e nos aquece ao redor de grandes fogueiras místicas. Temos a força da tempestade, como nossa Yansã, e o sabor da brisa do mar que não tem como colocar dentro de uma garrafa PET. Somos o terremoto que remove as camadas da terra e renova sua fertilidade e cria novas bases.

Pela amplitude e profundidade de nossa luta nos dizemos feministas, mas feministas radicais e autônomas, lutamos contra as bases do sistema do capital e de sua face mais disfarçada: o patriarcado. Esse patriarcado que infelizmente está dentro de muitas mulheres e de grande parte dos homens, mesmo dos nossos companheiros de luta e de bar.

Nós lutamos cotidianamente em todas as trincheiras, dentro de casa, no trabalho e no ativismo político, no terreno das sexualidades e do prazer. Junto com as crianças. Somos negras, brancas, lésbicas, estudantes, artistas, trabalhadoras urbanas, camponesas...

Neste ano não queremos ficar apenas gritando contra a violência. Propomos um encontro para falar de nós para nós. Queremos nos encontrar, conversar, ouvir nossas companheiras, fazer um pequeno sarau com frases que você também pode trazer para contribuir. Tomar um café com delícias da padaria da comunidade Utopia e Luta.

Estamos contentes e felizes com esse encontro porque seu objetivo é nos fortalecer, nos trazer esperanças e alimentar nossos planos e atividades conjuntas!

Beijo grande e até dia 28 de novembro, 14:00, na sede da comunidade Utopia e Luta, sobre a escadaria do viaduto da Borges.
Leve sua caneca para economizar plástico e contribua, se puder, com um caderno, um lápis e uma caneta para enviarmos às crianças assentad
as em São Gabriel.

sábado, 14 de noviembre de 2009

Encontro autônomo entre feministas


Encontro autônomo entre feministas
28 e 29 de novembro
Porto Alegre

Em breve + info


lunes, 9 de noviembre de 2009

Novo espaço autônomo na Cidade do México:

Zona Autônoma Makhnovtchina

Já está funcionando a todo vapor a "Zona Autônoma Makhnovtchina", no Distrito Federal, capital do México. Confira a seguir o comunicado de apresentação do projeto, que se baseia em princípios libertários.]Em nossa luta pela libertação de espaços e dando continuidade a criação da autonomia surge a "Zona Autônoma Makhnovtchina", um espaço para que os diversos movimentos sociais anti-autoritários e anticapitalistas encontrem um ponto de reunião e um espaço para desenvolver suas diversas atividades. O nome "Makhnovtchina" é uma homenagem as comunidades anarquistas ucranianas que, entre 1919 e 1921, lutaram por sua autonomia, resistindo aos tiranos czaristas e bolcheviques.Não queremos ficar de braços cruzados diante da destruição da Terra pelo capitalismo, não queremos ser simples espectadores de como continua sendo realizada a exploração de pessoas, animais e da natureza, queremos ser donos de nossas próprias vidas, queremos lutar por uma vida melhor e sem opressão.Asseguramos que a melhor crítica ao sistema dominante se faz por meio de propostas tangíveis de mudança; não só criticamos, mas vamos criando dia-a-dia a vida que queremos.Alguns projetos que temos já em andamento na Z.A.M. se relacionam com:
- O movimento punk como uma proposta de vida e de luta alternativa e criativa.
- Zapatismo: apoiando as comunidades autônomas e participando com La Otra Campaña desde nossos espaços na cidade.
- O software livre como ferramenta autônoma, ativismo e segurança na rede e a criação de meios de comunicação livres.
- Ecologismo: reivindicamos um modelo de vida baseado na permacultura, tentando viver de maneira sustentável reduzindo o impacto negativo de nossas atividades na natureza.Alguns projetos que já estão realizados:
- Um espaço de computadores que funcione inteiramente com hardware reciclado e com software livre para experimentar e difundir conhecimentos úteis para a comunicação, criação (desenho em geral), segurança e uma ampla gama de ferramentas para o/as companheiro/as ativistas.
- Uma pequena horta aonde se pratique a agricultura urbana orgânica, a elaboração de compostagem, visando difundir estas técnicas tão necessárias na Cidade do México.? Equipe de impressão para editar publicações, cartazes, propagandas etc., contamos com um par de máquinas de offset.
A Zona Autônoma Makhnovtchina surgiu sob a iniciativa da Furia de las Calles e outro/as companheiro/as, não queremos que este lugar seja um espaço fechado ou um pequeno núcleo de pessoas, convidamos a mais companheiro/as a se integrarem.Agora estamos ainda dando forma ao espaço, fato pelo qual necessitamos algumas coisas, como material para instalação elétrica, mesas, cadeiras, pintura, material de limpeza, e de um pouco de dinheiro para pagar alguns recursos pendentes, qualquer apoio será de grande ajuda.Já estamos começando a elaborar calendários com as atividades e seus horários. Contacte-nos em caso de que queiras visitar o espaço.http://www.espora.org/furia/
Tradução > Juveifonte:CMI

Postado por UTOPIA E LUTA


A turba da Uniban

CONTARDO CALLIGARISA
NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia. Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.