lunes, 24 de agosto de 2009

Olá gente!



Subimos na bloga, várias coisas sobre o assassinato de ELTON BRUM, companheiro do MST, pela brigada militar, que como seu nome fala, é uma instituição criada para a briga e é dessa perspectiva que vêem o mundo.

Nesse momento tão duro para todxs, as mulheres rebeldes nos solidarizamos com o MST pois sempre estivemos juntxs na luta para acabar com todas as formas de opressão, repressão e discriminação. Lutamos desde a nossa revolução cotidiana e permanente, pensamos desde o feminismo libertário e o nosso desejo é ver livre a toda a humanidade. Sabemos muito bem que nossos inimigos são fortes e poderosos, pois representam o capital, em sua forma mais cruenta, o capital do agronegócio nacional e internacional. E os seus cães de guarda não conhecem a dignidade, estão armados até os dentes para agredir qualquer manifestação que ouse falar em liberdade. Para eles, a luta pela dignidade de ter um pedacinho de terra para plantar e colher, ar livre para respirar e condições para produzir em cooperação significa uma ameaça. A defesa da humanidade é uma ameaça para o capital. Assim mesmo, nós continuamos lutando.
Não nos pararão!
Nem com torturas, nem assassinatos, ao contrário, seguiremos gritando, denunciado, fotografando. Porque estamos vivas para ver, e contar. Para lutar e rir.

Esta semana seguiremos na luta ativa.
- Hoje segunda-feira 24 de agosto, participaremos da atividade convocada pela LBL - Liga brasileira de Lésbicas. Filme + bate papo “Assunto de meninas”. Às 19:00 hs no sindicato dos Bancários, + info :
http://iiimarchalesbicadepoa.blogspot.com/2009/06/definido-calendario-inicial-da-1a.html

- Na quarta-feira 26 de agosto, nos reuniremos as mulheres rebeldes, com os coletivos mentes plurais e corpos em revolta para preparar a faixa para a caminhada do domingo. Nossa frase será: in mentes rebeldes, corpos plurais.

- Na quinta-feira 27, 18:00 hs. estaremos no salão de festa da reitoria da UFRGS, escutando o filósofo marxista, mestre húngaro Istvan Mészàros, quem durante 22 anos preparou a que foi sua grande obra, Para além do capital. É uma festa tê-lo novamente em Porto Alegre.

- Domingo 30, estaremos na redenção, com a nossa faixa, materiais e vontades de lutar contra a heterossexualidade obrigatória.


Abraços rebeldes


ato em Porto Alegre



















NOTA PÚBLICA SOBRE O ASSASSINATO DE ELTON BRUM PELA BRIGADA MILITAR

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público, manifestar novamente seu pesar pela perda do companheiro Elton Brum, manifestar sua solidariedade à família e para:

1 - Denunciar mais uma ação truculenta e violenta da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que resultou no assassinato do agricultor Elton Brum, 44 anos, pai de dois filhos, natural de Canguçu, durante o despejo da ocupação da Fazenda Southall em São Gabriel. As informações sobre o despejo apontam que Brum foi assassinado quando a situação já encontrava-se controlada e sem resistência. Há indícios de que tenha sido assassinado pelas costas.

2 - Denunciar que além da morte do trabalhador sem terra, a ação resultou ainda em dezenas de feridos, incluindo mulheres e crianças, com ferimentos de estilhaços, espadas e mordidas de cães.

3 - Denunciamos a Governadora Yeda Crusius, hierarquicamente comandante da Brigada Militar, responsável por uma política de criminalização dos movimentos sociais e de violência contra os trabalhadores urbanos e rurais. O uso de armas de fogo no tratamento dos movimentos sociais revela que a violência é parte da política deste Estado. A criminalização não é uma exceção, mas regra e necessidade de um governo, impopular e a serviço de interesses obscuros, para manter-se no poder pela força.

4 - Denunciamos o Coronel Lauro Binsfield, Comandante da Brigada Militar, cujo histórico inclui outras ações de descontrole, truculência e violência contra os trabalhadores, como no 8 de março de 2008, quando repetiu os mesmos métodos contra as mulheres da Via Campesina.

5 - Denunciamos o Poder Judiciário que impediu a desapropriação e a emissão de posse da Fazenda Antoniasi, onde Elton Brum seria assentado. Sua vida teria sido poupada se o Poder Judiciário estivesse a serviço da Constituição Federal e não de interesses oligárquicos locais.

6 - Denunciamos o Ministério Público Estadual de São Gabriel que se omitiu quando as famílias assentadas exigiam a liberação de recursos já disponíveis para a construção da escola de 350 famílias, que agora perderão o ano letivo, e para a saúde, que já custou a vida de três crianças. O mesmo MPE se omitiu no momento da ação, diante da violência a qual foi testemunha no local. E agora vem público elogiar ação da Brigada Militar como profissional.

7 - Relembrar à sociedade brasileira que os movimentos sociais do campo tem denunciado há mais de um ano a política de criminalização do Governo Yeda Crusius à Comissão de Direitos Humanos do Senado, à Secretaria Especial de Direitos Humanos, à Ouvidoria Agrária e à Organização dos Estados Americanos. A omissão das autoridades e o desrespeito da Governadora à qualquer instituição e a democracia resultaram hoje em uma vítima fatal.

8 - Reafirmar que seguiremos exigindo o assentamento de todas as famílias acampadas no Rio Grande do Sul e as condições de infra-estrutura para a implantação dos assentamentos de São Gabriel.


Exigimos Justiça e Punição aos Culpados!

Por nossos mortos, nem um minuto de silêncio. Toda uma vida de luta!

Reforma Agrária, por justiça social e soberania popular!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

REQUIEM PELA MORTE DE UM SEM TERRA

Não tem como não me sentir respingada pelo sangue desse homem hoje assassinado numa das muitas frentes de luta de um povo que se desloca despojado do mais elementar meio de prover a sua subsistência .
Não tem como não me sentir em parte responsável pelo morte de um condenado da terra que insurgente, que ousado foi para a frente da luta, enquanto eu e tantos outros "soi disant" pensantes inflamamos, exigimos a ação e seguimos dia a dia longe dessa violência fascista, discriminatória, que os trata como meros delinquentes.
Hoje me dói particularmente, pois dia após dia as notícias que nos chegavam de S. Gabriel nos apontavam para um desfecho violento. Mas nossa atenção era desviada a cada passo pelo cenário nacional constrangedor em suas negociatas aviltantes e por um quadro estadual deprimente em seu espectro moral.
Nós discutíamos incessantemente as concessões aos oligarcas de sempre em nome de um projeto de poder e o jogo pesado de interesses escusos pela sala do Negrinho do Pastoreio.
Entretanto lá em S.Gabriel , onde os latifundiários se acham donos de um território com leis próprias, a polícia do Estado (a única, a nível nacional, que se recusou a fazer formação para enfrentamentos desta natureza)se colocava ao lado dos privatistas, na defesa de sua propriedade, com o amparo teórico certamente de alguns dos integrantes do Ministério Público Estadual.
O assassinato de hoje, é a denúncia de ontem, a denúncia de um Estado perdido em sua própria lógica de acumulação individual. É um Estado, dizem com história, com tradição, porém, hoje perdido na mediocridade da utilização do aparelho de poder para enriquecimento próprio.
Hoje Elton Brum da Silva foi morto pelas costas por um agente da PM , numa conjuntura em que a própria Governadora responde a um processo de improbidade administrativa e se refugia em subterfúgios jurídicos para evitar as respostas que se fazem necessárias e confirmar o teor das denuncias por demais evidentes.
O exercício da democracia , o direito de lutar pela reforma agrária, o direito de se manifestar contra os detentores do poder maquilhados de cidadãos acima de qualquer suspeita, mas tocados pelo esgoto da corrupção, são truncados por essa visão fascista, que á liberdade, ao direito de lutar por um mundo melhor respondem com balas e transformam seus melhores cidadãos em criminosos de delito comum .Insurgente , choro sim , pelo sangue de um homem que morreu lutando pela terra, pelo direito de ter uma vida digna , pela recusa á medicância, pelo não cruzar os braços diante de tanto latifúndio!Sabemos que nada é em vão e que a morte de um lutador é dor, mas também sabemos que a única forma de honrar um lutador é seguir lutando!
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Saudações libertárias !
MARILINDA

viernes, 21 de agosto de 2009

URGENTE : Sem Terra é assassinado em despejo na fazenda Southall


Gente, a coisa no RS está pegando fogo.
Suspendemos a reunião de mulheres rebeldes e vamos todas à manifestação.


Hoje todas somos sem terra, viva a luta

Hoje 17.30 na esquina democrática.
mulheres rebeldes



21 de agosto de 2009
O trabalhador rural Elton Brum da Silva foi morto na manhã desta sexta-feira (21/8) em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. O trabalhador, que levou um tiro no peito, foi levado por policiais da Brigada Militar que faziam o despejo da Fazenda Southall à Santa Casa do município. No entanto, os funcionários do hospital se negam a dar informações e dizem que devem ser obtidas com a polícia, que também está omitindo o fato.
O MST lamenta com pesar o ocorrido e responsabiliza os governos e a Justiça. Afinal, é de conhecimento público a truculência usada pela Brigada Militar nas ações de despejo. Mesmo assim, os poderes públicos optam por tratar as questões sociais, como a Reforma Agrária, como caso de polícia.
Assista ao
VÍDEO em que os Sem Terra fazem um retrato da área onde ocorreu o despejo e da violência da Brigada Militar.

Chile: comienza la huelga de hambre

COMUNICADO PUBLICO
COLECTIVA LESBICA FEMINISTA AUTONOMA MAFALDAS



Nosotras lesbianas feministas autónomas de la comunidad lesbica autónoma la Teta insurgente como parte de las organizaciones en apoyo a los presos políticos y presas políticas mapuches y las comunidades en conflicto de la región del Bíobío, comunicamos y denunciamos lo siguiente:

1.-la constante represión y tortura por parte de agentes policiales del estado, ocurridas en las últimas semanas en concepción, en donde no se nos ha permitido marchar en forma auto convocada por las calles y en donde al ser arrestados y arrestadas se han ejercido tortura mediante golpes de puño y pies hasta lograr la inconciencia
que compañeros y compañeras que fueron detenidos y detenidas durante la marcha recibieron amenazas de muerte por parte de funcionarios y funcionarias de fuerzas especiales;
que estos mismos compañeros y compañeras fueron fotografiados por los mismo funcionarias y funcionarios de fuerzas especiales como trofeos, mientras eran golpeados y golpeadas.
que nuestra compañera y lemiel Sara huincatripay fue llevada a una esquina de un calabozo donde fue tomada de brazos y del pelo por dos funcionarios de fuerzas especiales mientras una tercera funcionaria mujer de fuerzas especiales le propinaba golpes en el rostro.
que un lemiel al tratar de defender a nuestra compañera fue reducido a golpes (patadas, combos en la cabeza y costillas) hasta perder la conciencia.

2.-que repudiamos y denunciamos los allanamientos realizados durante estos días a radios comunitarias de Lota, coronel y santiago, casas okupas tanto de santiago como regiones, casas de dirigentes sociales, organizaciones sociales y comunidades mapuches en conflicto vinculadas a la resistencia contra el estado chileno.

3.-denunciamos la constante persecución política por parte de POLICIA DE INVESTIGACIONES DE CHILE, CARABINEROS DE CHILE, AGENCIA NACIONAL DE INTELIGENCIA, MINISTERIO DEL INTERIOR A CARGO DE
EDMUNDO PEREZ YOMA; esta persecución a sido llevada a través de seguimientos
a toda y todo aquel que se pronuncie en contra del estado y a favor del pueblo mapuche,
a través de intervención de medios de comunicación como:telefonos fijos, teléfonos celulares, correos electronicos,computadoras,micrófonos puestos en nuestros espacios, micrófonos puestos en los cuadernos de estudios de nuestras niñas y niños, cámaras en las universidades y espacios públicos.

4.-denunciamos la criminalización del movimiento social a través de la aplicación de ley antiterrorista, prohibición de la auto convocación, manipulación y censura de información por medios masivos de comunicación, montajes judiciales para criminalizarnos, denunciamos la colusión del estado con los medios de comunicación a su servicio y los agentes de represión los cuales se han articulado para minimizar en conflicto y sacarlo del contexto político.

5.-denunciamos el traslado FORZADO e impuesto por el ESTADO CHILENO, EL JEFE DE GENDARMERIA DE CHILE Y EL TRIBUNAL CIVIL Y MILITAR,
de los 6 presos políticos mapuches de la cárcel del manzano, a las cárceles de valdivia, puerto montt,Rancagua,coronel y Arauco.



6.-denunciamos y repudiamos el asesinato de nuestros weichafes
Alex lemun joven estudiante y comunero mapuche perteneciente a la comunidad Requen Lemún bajo, asesinado a los 17 años de edad por las Fuerzas Policiales del Estado de Chile
Matías catrileo Quezada asesinado por la espalda el 3 de enero del 2008 por funcionarios de fuerzas especiales
-Jaime Mendoza collio al cual se le disparo por la espalda y se le esposo hasta dejarlo morir el 12 de agosto del 2009.
-denunciamos que los gobiernos de la concertación asesinan y torturan igual como el dictador augusto Pinochet
-denunciamos la institucionalización de la dictadura en chile


7- denunciamos que la represion,el asesinato, la torutura,la censura ejercida sobre el pueblo mapuche y sobre quienes apoyan la resistencia en chile, no son consideradas como una violación a los derehos humanos ni una prioridad en la agenda activista de Latinoamérica y la comunidad internacional.

8.-denunciamos a todos los estados latinoamericanos como cómplices de la dictadura a través del silencio y la aprobación al gobierno de Michelle Bachelet jeria.



9- denunciamos el traslado forzado e ilegal que se realizo hoy jueves 20 de agosto a las 14:00 hrs. desde la cárcel del manzano hasta los tribunales de cañete, en donde los lemiel Ramón llanquileo pilquiman, José huenuche reiman, luis menares chanilao, hector llaitul Carrillanca, segundo neguey neguey, cesar parra Leiva, fueron reducidos y obligados a traves de gas pimienta y golpes a subirse a los fulgones de gendarmería.
Que el lemiel Jonathan huillical Méndez fue golpeado y castigado en la cárcel del manzano con aislamiento.



Es por esta razón que hemos decidido como colectiva lesbica feminista autónoma Mafalda, iniciar hoy viernes 21 de agosto a las 8:00 AM en conjunto con compañeras y compañeros de concepción una huelga de hambre en las afueras de la cárcel el manzano en rechazo al traslado forzado e ilegal de los presos políticos mapuches de la cárcel del manzano y por los constantes métodos de represión ejercidos por el estado a nuestro pueblo.
Nuestras compañeras en huelga de hambre son Nadia Benavides y Alejandra Aguilar

Declaramos que esta huelga de hambre se pronuncia como indefinida.

Hacemos un llamado a nuestras compañeras de lucha lesbianas, lesbianas feministas autónomas, anarquistas y a toda compañera que sienta solidaridad con nuestra lucha a tomar acciones de denuncia y protesta en sus territorios, a prestarnos mediante su intervención en las calles su apoyo y solidaridad.

A nuestros compañeros que nos han apoyado en cada acción a no bajar los brazos y a continuar con aquello que nos hemos propuesto desde el principio, concretar la autonomía territorial y política en nuestros espacios de lucha.

Por la libertad de los presos y presas políticas mapuches en chile y la libre autonomía de nuestros cuerpos, luchas y territorios.
PEUKAYAN
!!!WEUWAIN¡¡¡

Colectiva lesbica feminista autónoma Mafalda
De la comunidad lesbica en resistencia la teta insurgente
Concepción 21 de agosto 2009
Chile
92167645

desde mulheres rebeldes queremos dizer:
todas somos chilenas, todas somos mapuches!!
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todo nosso apoio com as companheiras em luta!!!
Venceremos!!!
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,

martes, 18 de agosto de 2009

próxima reunião

E aí mulherada!! Como estão?
Nós ficamos felizes!!! O lançamento de em rebeldia – da bloga ao livro foi um sucesso! Não só em quantidade de gente – que sim veio mais do que esperávamos – mas também em qualidade.
Estiveram presentes muitxs amigxs e companheirxs de varias agrupações e movimentos. Da Via Campesina, como o MST, MPA e MAB. Também as meninas da Liga Brasileira de Lésbicas e nossxs amigxs anarko-punk, de Corpos em revolta e Mentes Plurais.
E muitxs independentes como a Rô, do Ocidente, lugar que nos tinha sido oferecido para apresentar o livro (já estamos fabricando idéias...) e muitxs amigxs queridxs (Beth, Magda, Luiza, Lu ...).
E, não esqueçam, o nosso livro está a venda na Bamboletras, no shopping Nova Olaria.

Gente, subimos as fotos, podem vê-las aqui:
http://www.flickr.com/photos/mulheresrebeldes

Próxima reunião. Curtimos demais estar lendo as feministas revolucionarias de 1700 e 1800, aliás, a Chris, nossa compa do MST, nos contou que existiu uma Luisa na Revolução Francesa que não conhecíamos. Garimparemos sobre ela para esta reunião.
Ainda não sabemos se nos reunimos na quinta ou na sexta, mas sim que será na casa da Ramira as 18,30 hs.
Abraços e até lá

Fones : 3333-3538 9239-1891 9252-4300

viernes, 14 de agosto de 2009

SEM TERRA SÃO TORTURADOS PELA BRIGADA MILITAR EM SÃO GABRIEL



Primero en lengua brasilera

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público denunciar a ação truculenta e de tortura da Brigada Militar na ação de reintegração de posse da Prefeitura de São Gabriel (RS), ocorrida nesta quarta-feira à tarde. A violência e o uso, pelos governos, da polícia militar para reprimir protestos dos movimentos sociais já se tornou comum no Rio Grande do Sul.

Pelo menos trinta pessoas, entre crianças e adultos, ficaram feridos – incluindo pessoas com dedos e braços quebrados – no despejo forçado realizado pela Brigada Militar. Todos os 250 sem terra foram identificados e humilhados. Os manifestantes foram encurralados dentro da prefeitura, onde foram golpeados por cassetete, chutes e tapas dos policias.

No entanto, o fato ocorrido em São Gabriel nesta quarta-feira ultrapassou o limite do convencional e adquiriu características de tortura policial. As famílias relataram que, enquanto estavam na delegacia para serem identificadas, continuaram recebendo golpes de cassetete, chutes, socos e tapas dos policiais. Chegou a ser montado um “corredor polonês” em que as pessoas foram obrigadas a atravessar enquanto recebiam chutes e cacetadas. Inclusive a nova pistola elétrica, que deveria ser usada para ajudar na imobilização durante perseguição policial, foi utilizada para dar choque nas pessoas.

Nesta quinta-feira (13), integrantes do Comitê Estadual Contra a Tortura estão em São Gabriel conversando com as famílias sem terra e recolhendo os depoimentos. O MST repudia mais essa ação violenta da Brigada Militar, dirigida pelo subcomandante Lauro Binsfeld - o mesmo que comandou o despejo das mulheres da Via Campesina em uma área da papeleira Stora Enso em Rosário do Sul (RS), em 2008, e que resultou em quase cem manifestantes feridas.

O MST também repudia a decisão do prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, de ter se negado a conversar com as famílias e ter autorizado a ação da Brigada Militar; e responsabiliza os governos estadual e federal, que não realizam a reforma agrária. Exigimos saber onde estão os recursos que o governo federal diz que liberou, mas o prefeito Rossano Gonçalves afirma que ainda não recebeu. Enquanto Incra e prefeitura não assumem suas responsabilidades pelo assentamento, três crianças já morreram desde o início do ano por falta de atendimento médico. Também criticamos o Ministério Público, que além de não encaminhar o pedido por escola feito pelas famílias, esteve presente na ação de despejo e foi conivente com a violência policial.
As famílias seguirão em luta porque suas reivindicações não foram atendidas. Exigimos as melhorias em infra-estrutura no assentamento, que passados nove meses de criação ainda não tem luz elétrica, água potável, estradas, escola para as crianças. Exigimos que o governo federal libere os R$ 800 milhões do orçamento do Incra para a reforma agrária e para o assentamento de todas as famílias acampadas no RS (conforme prevê o Termo de Ajustamento de Conduta que não foi cumprido pelo Incra). Exigimos a desapropriação do restante da Fazenda Southall e a liberação imediata, na Justiça, das Fazendas Antoniazzi e 33, em São Gabriel.


MAIS INFORMAÇÕES
(54) 9981-3904

Assessoria de imprensa: (51) 9635-6297


SIN TIERRA SON TORTURADOS POR LA BRIGADA MILITAR EN Rio Grande Do Sul

El Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) denuncia la acción truculenta y de tortura de la Brigada Militar en la acción de reintegración de pose de la Intendencia de San Gabriel (RS), ocurrida este miércoles 12 a la tarde. La violencia y el uso, por los gobiernos, de la policía militar para reprimir protestas de los movimientos sociales ya se volvió común en el estado de Rio Grande do Sul.

Por lo menos treinta personas, entre niñas/os y adultos, fueron heridas/os – incluyendo personas con dedos y brazos quebrados – en el desalojo forzado realizado por la Brigada Militar. Los 250 sin tierra fueron identificados/as y humillados/as. Los/as manifestantes fueron acorralados/as dentro de la intendencia, donde fueron brutalmente golpeados/as por policías.

El hecho ocurrido en São Gabriel este miércoles ultrapasó el límite de lo convencional y adquirió características de tortura policial. Las familias relataron que, mientras estaban en la comisaría para ser identificadas, continuaban siendo golpeadas por los policías. Llegó a ser montado un “corredor polonés” en que las personas fueron obligadas a atravesarlo mientras recibían golpes. Inclusive, con la nueva pistola eléctrica, que debería ser usada para ayudar en la inmovilización durante persecuciones policiales, fue utilizada para dar chock eléctrico.

Este jueves (13), integrantes del Comité Estatal Contra la Tortura están en São Gabriel conversando con las familias sin tierra y recogiendo testimonios. El MST repudia esta nueva acción violenta de la Brigada Militar, dirigida por el subcomandante Lauro Binsfeld - el mismo que comandó el desalojo de las mujeres de la Vía Campesina en una área de la papelera Stora Enso en Rosário do Sul (RS), en 2008, y que resultó en casi cien manifestantes heridas.

El MST también repudia la decisión del intendente de São Gabriel, Rossano Gonçalves, de haberse negado a conversar con las familias y haber autorizado la acción de la Brigada Militar; y responsabiliza los gobiernos estatal y federal, que no realizan la reforma agraria. Exigimos saber dónde están los recursos que el gobierno federal dice que liberó, pero el intendente afirma que todavía no recibió. Mientras que el Incra (Instituto Nacional de Colonización y Reforma Agraria) y la intendencia no asumen sus responsabilidades por el asentamiento, tres niños ya murieron desde el inicio del año por falta de atención médica. También criticamos al Ministerio Público, que además de no encaminar el pedido por escuela hecho por las familias, estuvo presente en la acción de desalojo e fue consecuente con la violencia policial.
Las famílias seguirán en lucha porque sus reivindicaciones no fueron atendidas. Exigimos mejoras en infraestructura en el asentamiento, que pasados nueve meses de creación, todavía no tiene luz eléctrica, agua potable, caminos, escuela para los/as niños/as. Exigimos que el gobierno federal libere los R$ 800 millones del presupuesto del Incra para la reforma agraria y para el asentamiento de todas las familias acampadas en el estado de Rio Grande do Sul (conforme previsto). Exigimos la desapropriación del restante de la Fazenda Southall y la libertación inmediata, en la Justicia, de las Fazendas Antoniazzi y 33, en São Gabriel.



Más informaciones
(0055)(54) 9981-3904

Asesoría de prensa: (0055)(51) 9635-6297

miércoles, 12 de agosto de 2009

reunião 13 de agosto

Olá pessoal!
Esta semana a gente está muito comunicativa, entre o lançamento do livro http://mulheresrebeldes.blogspot.com/2009/08/em-rebeldia-da-bloga-ao-livro.html- que muito nos emociona - e o correio semanal, esperamos não encher muito as bandejas de vocês.

Estão prontas para esta semana? Continuamos estudando os feminismos. Semana passada vimos o texto da Jurema Werneck, De Ialodês e Feministas
Reflexões sobre a ação política das mulheres negras na América Latina e Caribe. A partir de uma perspectiva de anterioridade, Jurema nos conduz com muita lucidez por uma retrospectiva histórica, mostrando que o patriarcado, está de braços dados com o colonialismo e o racismo.

Como não podia ser diferente, as mulheres rebeldes nos rebelamos contra a idéia hegemônica de feminismo, quer tenha começado com a Simone de Beauvoir, com as sufragistas, ou com as européias, ou com as brancas. O feminismo começou com o nascimento do patriarcado e a revolta das mulheres. Simples não? Aos poucos começamos a nos organizar e a dar nome a essa luta.
Como nos “lembrava” bell hooks: O movimento feminista acontece quando grupos de pessoas se juntam com uma estratégia organizada de ação para eliminar o patriarcado. Então, nós que estamos bem juntinhas, continuamos confabulando contra ele, e a primeira coisa que fazemos é estudar, aprender e entender.

Também preferimos sempre adotar as leituras não-hegemônicas, que conseguem precisar as especificidades de nossa luta no passado colonial, capitalista e patriarcal. Continuando nosso abreviado histórico, nesta quinta 13, mmmmm dia de Bruxas, estaremos vendo:
- Olympe de Gouge, nascida na França (1748-1793) e a sua famosa Declaração dos direitos das mulheres e das cidadãs. Apresenta Glaucia.
- Mary Wollstonecraft, nascida em Londres (1759-1797) considerada como pioneira do moderno feminismo com a publicação da obra Uma Defesa dos Direitos da Mulher, em 1790. Apresenta Cris.
- Flora Tristan, nascida na França (1803-1844). Escreve, entre vários textos publicados, A União Operária (1843) e A Emancipação da Mulher (inédito até 1846), obras que marcam sua maturidade intelectual e política. Apresenta marian.
- Nísia Floresta Brasileira Augusta, nascida no Brasil (1810-1885). Foi considerada uma pioneira do feminismo no Brasil e foi, provavelmente, a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado publicando textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dxs índios e dxs escravxs. Apresenta Tzy.

Para ler sobre a Nísia:
http://mulheresrebeldes.blogspot.com/2009/08/direitos-das-mulheres-e-injustica-dos.html

Nos encontramos na quinta-feira 13 de agosto, as 18,30 horas, na casa da Ramira.
Fones : (51) 3333-3538 9239-1891 9253-4300



Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens

Nísia Floresta Brasileira Augusta
1ª ed: Recife, 1832
Este texto fará parte da Antologia del Pensamiento Feminista nuestroamericano, organizado pela escritora, filósofa e ativista feminista Francesca Gargallo.

Introdução e Notas: Constância Lima Duarte, 4ª ed., 1989.
mulheres rebeldes, 2009.

Introdução[1]

Potlos supõe que os homens – quer sábios, quer ignorantes – sejam realmente superiores as mulheres[2] e que a dependência em que nos conservam é o verdadeiro estado para que a Natureza nos destinou, de sorte que avançar uma doutrina contrária a um prejuízo[3] tão inveterado, deve parecer um paradoxo tal, como outrora, quando se afirmava que noutro hemisfério existia homens que andavam com as cabeças diametralmente opostas as nossas; só um exame bem exato poderá fazer conhecer, que uma e outra cousa são conforme a verdade.
Mas quem fará este exame? Nós, interessadas na sua decisão, não podemos ser testemunhas nesta causa e muito menos Juízes; esta mesma razão impede a que os homens sejam admitidos a estas mesmas funções; entretanto, temos tanta justiça de nossa causa, que se os homens fossem mais justos e seus juízos menos corrompidos, nos sujeitaríamos voluntariamente a sua própria sentença.
Até hoje só tem se tratado superficialmente da diferença dos dois sexos. Todavia os homens arrastados pelo costume, prejuízo e interesse, sempre tiveram muita certeza em decidir a seu favor, porque a posse os colocava em estado de exercer a violência em lugar da justiça, e os homens de nosso tempo, guiados por este exemplo, tomaram a mesma liberdade sem mais algum exame, em vez de (para julgar cordatamente se seu sexo recebeu da Natureza alguma preeminência real sobre o nosso) se terem despido inteiramente da parcialidade e interesse, e não se apoiarem sobre os “assim dizem”, em lugar da razão, principalmente sendo autores e ao mesmo tempo parte interessada.
Se um homem pudesse banir toda parcialidade e colocar-se por um pouco em um estado de perfeita neutralidade, estaria ao alcance e reconheceria que, se acaso estimam-se as mulheres menos que aos homens e concede-se mais excelência e superioridade a estes que àquelas, o prejuízo e a precipitação são as únicas causas.
Se, depois de um exame judicioso, não aparecer outra diferença entre nós e eles mais, que a que sua tirania tem imaginado, ver-se-á o quanto eles são injustos[4], recusando-nos um poder, a prerrogativa a que temos tanto direito como eles; quanto são pouco generosos disputando-nos a igualdade de estima, que nos é devida e a pouca razão que têm de triunfar sobre o fundamento da posse em que estão de uma autoridade, que a violência e a usurpação têm depositado em suas mãos.

Fragmentos dos capítulos[5]
Se cada homem, em particular, fosse obrigado a declarar o que sente a respeito de nosso sexo, encontraríamos todos de acordo em dizer que nós nascemos para seu uso, que não somos próprias se não para procriar e nutrir nossos filhos na infância, reger uma casa, servir, obedecer e aprazer aos nossos amos, isto é, a eles homens. Tudo isso é admirável e mesmo um muçulmano não poderá avançar mais no meio de um serralho de escravas. Entretanto eu não posso considerar este raciocínio senão como grandes palavras, expressões ridículas e empoladas, que é mais fácil dizer do que provar.
Se os homens concordam que a razão[6] se serve tanto deles quanto de nós, está claro que ela regerá igualmente tanto uns como a outros; mas o caso é bem diferente. Os homens não podendo negar que nós somos criaturas racionais, querem provar-nos a sua opinião absurda, e os tratamentos injustos que recebemos, por uma condescendência cega às suas vontades; eu espero, entretanto, que as mulheres de bom senso se empenharão em fazer conhecer que elas merecem um melhor tratamento e não se submeterão servilmente a um orgulho tão mal fundado.
Em primeiro lugar, dizem eles, que a maior parte do nosso sexo tem bons intervalos, mas são de pouca duração; são relâmpagos passageiros de razão, que desvanecem-se rapidamente; para eles, somos semelhantes à Lua, que obstante por si mesma, não brilha senão por uma luz emprestada; não temos mais que um falso resplendor mais próprio a surpreender a admiração do que a merecê-la; nós somos inimigas da reflexão; a maior parte de nós não pensa se não por acaso, ou por arrebatamento, e não falta senão por uma rotina. Eis as graves acusações intentadas contra a maior parte das mulheres; mas concedendo-se de barato, que fosse verdadeiro o que eles objetam, não é incontestável que os mesmos argumentos podem reverter-se contra a principal parte dos homens? Entretanto, se quiséssemos concluir da mesma maneira, que é preciso conservá-los perpetuamente debaixo da nossa guarda, não triunfariam eles e não julgariam este raciocínio como uma prova de fraqueza de nosso espírito?
Qualquer experiência basta para mostrar que somos mais capazes de ter inspeção sobre os homens, do que eles sobre nós. Confiam-se as donzelas ao cuidado de uma mãe de família e elas ficam logo senhoras de uma casa, em idade em que os homens apenas se acham em estado de ouvir os preceitos de um mestre.
Todos sabem que a diferença dos sexos só é relativa ao corpo e não existe mais que nas partes propagadoras da espécie humana; porém, a alma que não concorre senão por sua união com o corpo, obra em tudo da mesma maneira sem atenção ao sexo. Nenhuma diferença existe entre a alma de um tolo e de um homem de espírito, ou de um ignorante e de um sábio, ou de um menino de quatro anos e um homem de quarenta. Ora, como esta diferença não é maior entre as almas dos homens e das mulheres, não se pode dizer que o corpo constitui alguma diferença real nas almas. Toda sua diferença, pois, vem da educação, do exercício e da impressão dos objetos externos, que nos cercam nas diversas circunstâncias da vida.
Todas as indagações da anatomia não tem ainda podido descobrir a menor diferença nesta parte entre os homens e as mulheres: nosso cérebro é perfeitamente semelhante ao deles[7]; nos recebemos as impressões dos sentidos como eles; formamos e conservamos as idéias pela imaginação e memória, da mesma maneira que eles; temos os mesmos órgãos e os aplicamos aos mesmos usos que eles; ouvimos pelos ouvidos, vemos pelos olhos e gostamos do prazer também como eles.
Não pode ser, portanto, senão uma inveja baixa e indigna, que os induz a privar-nos das vantagens a que temos de um direito tão natural, como eles. O pretexto que eles alegam é que o estudo e as ciências nos tornariam altivas e viciosas; mas este pretexto é tão desprezível e extravagante e bem digno de seu modo de obrar.
Além disto, seja-me permitido notar o círculo vicioso em que esse desprezível modo de pensar tem colocado os homens sem o perceberem. Porque a ciência nos é inútil? Porque somos excluídas dos cargos públicos; e porque somos excluídas dos cargos públicos? Porque não temos ciência.
Eles bem conhecem a injustiça que nos fazem; e que este conhecimento os reduz ao recurso de disfarçar a má fé à custa de sua própria razão. Porém deixemos falar uma vez a verdade: porque se interessam tanto em nos separar das ciências a que temos tanto direito como eles, se não pelo temor de que partilhemos com eles, ou mesmo os excedamos na administração dos cargos públicos, que quase sempre tão vergonhosamente desempenham?
O mesmo sórdido interesse que os instiga a invadir todo poder e dignidades, os determina a privar-nos desse conhecimento, que nos tornaria suas competidoras. Como a Natureza parece haver destinado os homens a ser nossos subalternos, eu lhes perdoaria voluntariamente a usurpação, pela qual nos têm tirado das mãos o embaraço dos empregos públicos, se sua injustiça ficasse satisfeita e parasse nisto, mas como um abismo cava outro e os vícios sempre andam juntos, eles não se satisfazem somente com a usurpação de toda autoridade, têm mesmo a ousadia de sustentar que ela lhes pertence de direito, pois a Natureza nos formou para ser-lhes perpetuamente sujeitas, por falta de habilidade necessária para partilhar com eles do governo e cargos públicos. Para refutar este extravagante modo de pensar, será preciso destruir os fundamentos sobre o qual está baseado.
Mas, parece que temos sido condenadas por um Juiz de sua própria escolha, um velho delirante, muito aferrado a seu próprio pensar para se deixar arrastar pelo de sua mulher. Catão, o sábio Catão[8], a quem a idade e os prejuízos não fizeram mais que obstinar no erro, quis antes morrer como um furioso, segundo seus próprios ditames, que viver como homem sensato, pela advertência de sua mulher. Esse Catão pronunciou a nossa sentença: é um juiz tão desinteressado que não podemos recusá-lo. Vejamos pois o que disse esse Oráculo. “ – Tratemos as mulheres como nossas iguais”, diz ele, “e elas se tornarão logo nossas senhoras”. Catão o disse, não preciso mais de prova. Além disso para obrigar os homens a provar com razão, seria reduzi-los ao silêncio; e o silêncio lhes seria tão insuportável, como a nós ouvi-los falar.
Mas suponhamos que Catão seja infalível em suas decisões, o que resulta daqui? Não tem as mulheres tanto direito de ser senhoras, como os homens? “Não”, diz Catão. Mas por quê? Porque não tem argumentos assaz convincentes que nos excite a curiosidade de ouvi-los por muito tempo.
“- Se nós tornamos as mulheres nossas iguais”, diz ele, “elas exigirão logo como tributo o que hoje recebem como uma graça”. Mas, qual é a graça que se nos concede? A mesma a que temos pretensões tão justas, como elas? Não tem as mulheres tanto direito, como os homens às dignidades e ao poder? Se temos, o sábio Catão não o disse; e se não o temos ele devia ter a condescendência de nos convencer.
Crendo-se-nos incapazes de aperfeiçoar o nosso entendimento, os homens nos tem inteiramente privado de todas as vantagens da educação e, por este meio, tem contribuído tanto quanto lhes é possível a fazer-nos criaturas destituídas de senso, tais quais eles tem nos figurado. Assim, faltas de educação, somos entregues a todas as extravagâncias porque nos tornamos desprezíveis; temos atraído sobre nós seus maus tratamentos por faltas de que eles tem sido os autores, tirando-nos os meios de evitá-las.
Eu julgo ter suficientemente demonstrado que injustamente os homens nos acusam de não ter aquela solidez de raciocínio, que atribuem a si com tanta confiança; nós temos o mesmo direito que eles, aos empregos públicos: a Natureza nos deu um gênio como a eles, tão capaz de os preencher e nossos corações são tão susceptíveis de virtudes, como nossas cabeças o são de aprender as ciências: nós temos espírito, força e coragem para defender um País e bastante prudência para governá-lo. Nós temos em geral os órgãos mais delicados. Se se comparar a estrutura dos corpos para decidir o grau de excelência dos dois sexos, não haverá mais contestação: eu julgo que os homens mesmo não terão dificuldade em nos ceder a este respeito: eles não podem negar que temos sobre si toda vantagem pelo mecanismo interno dos nossos corpos, pois que é em nós que se produz a mais bela e a mais considerável de todas as criauturas.
Em uma palavra, mostremos-lhes, pelo pouco que fazemos sem o socorro da educação, de quanto seríamos capazes se nos fizessem justiça. Obriguemo-los a envergonhar-se de si mesmos, se é possível, à vista de tantas injustiças que praticam conosco, e façamo-los enfim confessar que a menor das mulheres merece um melhor tratamento de sua parte, do que hoje prodigalizam a mais digna entre nós.ias gerais que os homens concebem de nosso sexo, sobre que fundamento baseiam suas opinixceleutralidade, estaria ao alcance e r
[1] Esta é uma versão ‘compacta’ da Introdução. Acreditamos que, mesmo sendo subtraído alguns parágrafos, esta se faz necessária por revelar nas palavras de Nísia o que ela pretendia com seu livro.
[2] No original: “Potlos, quer sábios, quer ignorantes, supõe que os homens são realmente superiores às mulheres...”
[3] Nísia se refere várias vezes ao termo “prejuízo”, o qual deve ser entendido como “preconceito”.
[4] Daí a segunda parte do título e também do livro: “... e Injustiça dos Homens”. À medida que a autora prova os direitos que as muheres têm às diversas instâncias da vida social, política e cultural, ela enfatiza o caráter injusto dos homens em negar estes direitos.
[5] O livro é composto por 6 capítulos: Que caso os homens fazem das mulheres, e se é com justiça; Se os homens são mais próprios que as mulheres para governar; Se as mulheres são ou não próprias a preencher os cargos públicos; Se as mulheres são naturalmente capazes de ensinar as ciências ou não; Se as mulheres são naturalmente próprias, ou não, para os empregos; e a Conclusão. Assim como a Introdução, transcrevemos e organizamos as principais idéias de Nísia através dos principais parágrafos de cada capítulo.
[6] Imbuída do espírito e ideais divulgados pelo Iluminismo, a autora coloca desde o início os conceitos filosóficos fundamentais em que vai se apoiar no desenvolvimento de sua argumentação. Entre eles e em posição de destaque, temos o “primado da razão”, isto é: a crença de que o homem tem uma vantagem única sobre os demais seres vivos, porque pode raciocinar. Para os iluministas, a ênfase no uso da razão é o melhor método para se alcançar a verdade. Com base nesta exigência – a razão – Nísia vai desmontar toda argumentação masculina de superioridade.
[7] Desde o início do século XIX há notícias de “experiências científicas” que visavam “provar” a superioridade do homem branco sobre a mulher, bem como sobre o negro e o índio. Apesar de lançarem mão de verdadeiras fraudes científicas, ao final do século tais experiências eram consideradas por muitos como absolutamente corretas, reforçando a superioridade de “sexo” e a racial. Nísia Floresta, já em 1832, antecipa-se a estas conclusões, ao pregar a mesma capacidade intelectual para mulheres e homens.
[8] Marco Pórcio Catão, o Jovem (95-46 a.C..), bisneto de Catão, o Antigo. Filósofo estóico, conservador inflexível, que considerava os princípios mais importantes que os compromissos.
Nísia parece identificar nele o tal juiz “delirante”, por suas idéias preconceituosas sobre a mulher, muito divulgadas nos séculos passados. A autora discute com o filósofo, intercalando perguntas e argumentos a cada citação que faz dele. Pode-se verificar a habilidade de Nísia em se utilizar de trechos de Catão contra os próprios homens, revertendo suas afirmações a favor da mulher.

lunes, 10 de agosto de 2009

em rebeldia - da bloga ao livro

C O N V I T E

Olá pessoas!
Como estão? Nós estamos radiantes, felizes, saltando em um, dois e três pés; pois estamos lançando em Porto Alegre a nossa produção em rebeldia – da bloga ao livro. É a nossa filhota e 1º livro do grupo mulheres rebeldes.

O que? Lançamento do livro
Onde? Na Bamboletras!! No centro comercial Nova Olaria
rua Lima e Silva, 776- loja 03

Quando?
Na sexta-feira 14 de agosto - 19,00 horas.
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Prólogo

Estamos radiantes, felizes, saltando em um, dois e três pés por voltar a encontrar com vocês. Durante os anos 2006 e 2007 fizemos uma bloga que chamamos EN REBELDÍA. Além de ser um pouquinho nossa filhota, era um espaço de luta e de expressão, de contato com a rebeldia necessária e com nossas companheiras da América Latina e do Caribe – também necessárias.
Primeiro semanalmente e depois quinzenalmente subimos rigorosamente um texto e um editorial. Nesse espaço a gente palpitava –em todos os sentidos- sobre tudo o que ocorria na Argentina, no Brasil ou no mundo. Não seguíamos regras e isso era maravilhoso.
E por que deixamos de fazer a bloga se tanto prazer nos dava?
Certo dia o sistema ordenador se incomodou e gritou BASTA! Daqui vocês não passam! E nos fechou suas portas. Blogspot se cansou de nossas rebeldias, pensamentos, gritos, reclamações e festas. Deixou de nos reconhecer (a senha) e apagou nosso e-mail que havia obrigado a criar. Persistimos e criamos um novo endereço no qual acrescentamos um tracinho no meio. Como já estávamos na lista das non gratas, “ele” nem sequer se ocupou de exigir uma conta de gmail; diretamente não nos reconhecia mais (nossa senha).
Foi muito triste. Não tínhamos as ferramentas para fazer uma página web mas deu para perceber que nossas matérias se moviam. Recebemos respostas de Cuba a Ushuaia, passando por muitos rincões que nem imaginávamos, entre eles um e-mail situado a duas quadras de nossa casa.
Se isso não tivesse acontecido, quem sabe hoje não estaríamos aqui, com vocês, dentro destas folhas de papel que dão coceira no nariz.
Com medo de que todo este trabalho ficasse perdido nas profundezas de alguma memória rígida, nos sentamos no micro e elaboramos um projetinho. Foi assim que desenvolvemos este novo formato de organização dos textos em um livro.
Nosso objetivo era (e é) contribuir para a circulação do pensamento crítico de todas aquelas lutadoras, que tenham em comum o desejo de promover uma transformação radical, a partir de uma visão feminista da sociedade. Um pensamento que necessariamente nos leve à ação, absorva experiências, retorne para transformar o primeiro pensamento e assim sucessivamente.
Como linha que adotamos desde 2004, ano em que nasce nosso grupo MULHERES REBELDES, sustentamos convictamente a idéia de que não se pode pensar nem com o estômago, nem com a cabeça vazios/as. Por isso a gente propunha periodicamente o que chamamos de ricos e variados pratos para fazer pensar a todas. Quando a ideología Kontestaria não está presente quem preenche o vazio é a dominante, aquela que expressa a ideologia dos opressores.
Também não acreditamos em idiomas colonizadores. A linguagem muta, se transforma e reflete o que e como pensamos; geramos uma instância em que adaptamos nossa linguagem a nossa ação. Sempre escrevemos de forma bilingüe e todos os textos estão em argentino e brasileiro. Ao longo desses anos, também tivemos textos em língua colombiana, boliviana, mexicana, chilena e até espanhola.
No começo nos entusiasmou a idéia da bloga porque nos sentíamos um pouco solitárias em Porto Alegre e, dada nossa luta internacionalista, queríamos compartilhar e debater com outras mulheres e lesbianas que habitam outros oásis espalhados pela AMLAC. Acreditamos que este suporte nos brindaria com a possibilidade de intercâmbio, de difundir fácilmente notas e receber mensagens. Era demasiado perfeito para dar certo.
Em 4 de agosto de 2006, no primeiro editorial dizíamos “Na medida do possível, após ler os textos, deixe sua opinião por escrito. Pode ser uma palavra, frase, páragrafo. Se a inspiração for tão grande que gere um novo texto, pode enviá-lo por mail, aí poderemos também subir seu texto”.
Vocês poderão verificar que antes de cada texto que buscamos e traduzimos com todo nosso amor e nossa rebeldia, sempre subíamos um editorial. Ainda que para esta publicação a gente tenha feito um trabalho de edição desse material, passagem necessária entre o cyber espaço e um livro, deixamos algumas partes que, mesmo parecendo muito conjunturais, consideramos muito representativas. Em parte para poder recordar os velhos tempos, para comentar: lembra vizinha, quando acontecia tal coisa! De outra parte para constatar uma vez mais, que o passatempo favorito de Deus, é o boomerang. Lança os fatos permanentemente, muda os nomes e muito poucas coisas se modificam.
Mas quem traz acesa a chama revolucionária desenvolve a astúcia de ir desfazendo os caminhos, tramando novos e, sobretudo porque nos encanta transformar boomerangs en dardos envenenados.
Te convidamos a sair do cyber espaço e entrar de cara no papel. Agora sim vamos voltar a usar o velho lápis preto, fazer todas as marcar que quisermos, e até levar o livro, meio amassadinho, na mochila para ler no ônibus. Quem sabe, na mesa de algum café, poderemos até derramar algumas gotinhas ao folhear ansiosamente suas páginas para encontrar aquela frase que tanto queria mostrar para alguém. Vamos curtir por algumas horas todos os prazeres esquecidos da palavra impressa!
Agora vamos elevar juntas nossas taças e saúde! Nos estamos rebelando! Estamos em estado de constante rebeldia!
marian pessah y clarisse castilhos





martes, 4 de agosto de 2009

reunião semanal rebelde - 6 de agosto

Olá gente! Como estão? As do sul, certamente, estamos com muito frio, embora o sol esteja aparecendo e a temperatura comece a se elevar.

Para elevá-la mais ainda organizamos uma programação bem interessante para este mês.
A nossa ultima reunião, foi de trabalho/organizativa. Lembramos de coisas que falávamos aqui: http://mulheresrebeldes.blogspot.com/2008/10/rebeldias-lsbikas.html
Resolvemos que nesta segunda etapa vamos aprofundar alguns dos temas que já abordamos. Foi decidido que durante as próximas três reuniões estudaremos a evolução histórica do feminismo enquanto movimento. Entendemos que é importante ter uma base teórica sólida e, ao mesmo tempo, fazer novas reflexões. Por exemplo: há um marco inicial no feminismo em escala mundial? E especificamente na America Latina e o Caribe?

Por isso voltaremos ao texto da Jurema Werneck http://mulheresrebeldes..blogspot.com/2008/10/de-ialods-e-feministas.html

Depois, passaremos às feministas contemporâneas da revolução francesa; o que se costuma chamar primeira e segunda onda; e chegaremos aos anos 90, enfocando à despolitização do feminismo e o papel das financiadoras, dos recursos distribuídos ao movimento e das organizações internacionais como a ONU. A partir daí aprofundaremos as diferenças entre as duas grandes correntes que temos hoje na America Latina e o Caribe, a institucional e a autônoma. A pergunta sem resposta é: poderemos ver tudo isso só em 3 reuniões? Hahaha é que as rebeldes estamos com toda a pilha, esse inverno nos esta fazendo refletir, isto é tri massa!!
Também estamos organizando algumas surpresas para os dias próximos ao 29 de agosto, Dia Nacional da visibilidade lésbiKa.

Temos novidades! Estamos inaugurando uma foto-bloga- podem nos espiar aqui:
http://www.flickr.com/photos/mulheresrebeldes/ para aquelas que ainda estão pensando se participar ou não das reuniões verem que somos pessoas de carne e osso, como todas.

Até inaugurarmos a nossa pagina web, estamos reorganizando a bloga. A idéia é que cada fotinho que aparece ao lado direito, sirva também de atalho para texto, atividade, pensamento. Estamos trabalhando nisso.

Próxima reunião:
quinta-feira - dias 6 de agosto, as 18:30 horas na casa da Ramira
fones: 3333-3538 9239-1891 9253-4300
abraços rebeldes