martes, 25 de noviembre de 2008

25 de Novembro - dia de luta



25 de novembro, dia de luta contra a violência sexista, machista e cobarde

O movimento pela emancipação das mulheres deu até agora apenas o primeiro passo naquela direção. (...) A história nos mostra que toda classe oprimida conquistou a liberdade dos seus senhores através dos seus esforços. É necessário que a mulher aprenda esta lição, que ela adquira a consciência de que a sua liberdade alcançará tão longe quanto o seu poder de atingir a liberdade alcance...

dA Tragédia da emancipação das mulheres
Emma Goldman

lunes, 24 de noviembre de 2008

reunião dia 26 de novembro




Olá pessoal, e aí? Como vão as coisas? Temos a sensação de que já passou tanto tempo desde a nossa última reunião... Será porque estão surgindo tantas questões interessantes que nos deixam pensando? Mas, nos parece que tudo tem um mesmo fio condutor e é isso que queremos aprofundar em cada encontro.

Na última reunião foi levantado o tema de como as lésbicas encaramos o amor e os nossos relacionamentos, fidelidade / infidelidade, relacionamentos abertos, amor livre, casal fechado, ciúmes etc. e combinamos continuar conversando sobre isso na próxima reunião. Porém, achamos que é necessário aproveitar o momento e fazer uma avaliação da parada livre e da caminhada lésbica. Desde o nosso ponto de vista, sempre rebelde, Porto Alegre está precisando refletir um pouco, repensar essa atividade já “tradicional” - com todos os defeitos e qualidades que implica a palavra tradicional. É preciso pensar para onde ir ou que queremos dessa data, a partir do ponto de vista dos movimentos sociais, dos rumos que está vivendo a sociedade onde, quer se queira ou não, estamos inseridxs.

Dado que nossas reuniões de reflexão estão voltadas também para a geração de textos e escritos novos de feministas e feministas lésbicas, propomos ler o texto que as mulheres rebeldes escrevemos recentemente e o Manifesto lésbico feminista – anti capitalista que foi escrito juntamente com vários grupos desta cidade para o dia da visibilidade lésbica.
Isso não significa que a questão de amores/relacionamentos, etc, deva ser abandonada, pelo contrário, é um tema que nos interessa particularmente.

Para sermos mais produtivas sugerimos que nossa discussão seja pautada por algumas questões:
- qual o objetivo da “parada”?
- ela é realmente LGBT?
- Sempre se fala de leis, de direitos; para além disso, o que acontece com as violências vividas no interior das famílias e dos núcleos afetivos? E com as agressões físicas e verbais que se sofre na rua?


Por favor imprimam os textos anexados e levem para a reunião.


quarta-feira 26 de novembro 18,30 horas na Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja – Porto Alegre/RS.

Fones : 51 – 3333 3538 / 9239 1891 / 9253 4300
mulheres_rebeldes@hotmail.com

http://mulheresrebeldes.blogspot.com/

a seguir os textos que também estão subidos na nossa bloga

Cultivar nossos direitos ou semear nossas esquerdas?

No domingo 16 de novembro aconteceu em Porto Alegre a 12º Parada Livre, a sua palavra de ordem foi “cultive seus direitos”. Mais uma vez queremos repensar a palavra direitos que preferimos chamar de esquerdas. De fato foi assim que nos expressamos vários grupos desta cidade no manifesto lésbico feminista anti-capitalista .
A partir desse mesmo ponto de vista queremos discutir a proposta dos grupos da organização da “Parada” cujo espaço está dominado pela ordem patriarcal-comercial . Por isso, antes de tudo, se faz necessário visibilizar um “feminino” sempre oculto, escondido, negado frente a um “neutro” generalizador – diríamos – totalizador.
Além disso, e é desse tema que queremos tratar, propomos pensar em semear esquerdas porque falar delas sugere a opção de dar a volta e enxergar as nossas realidades quotidianas desde um outro canto.

Nos propomos começar pela base: quais são os objetivos do movimento LGBT, o que queremos, quais nossos sonhos, as nossas utopias? Vamos desligar por um momento o som das boites que inundam a cada ano a “Parada” para assim movimentar os neurônios.
É preciso tomar consciência que já existem leis que ainda não se conhecem ou não se sabe direto como implementá-las; ainda há pessoas que não se atrevem a falar abertamente da sua lesbianidade / transsexualidade/ homossexualidade; ainda há pessoas que acreditam que pelo fato de pagar impostos merecem direitos. Achamos que temos um longo caminho a transitar e não somente pela faixa da direita, nem dos tapa-buracos.

Nós, MULHERES REBELDES, consideramos a nossa lesbianidade uma ferramenta polítika representada com um machadinho – vejam bem – duplo . Não esperamos iniciativas ditadas pelos governos, FMI, Banco Mundial ou Unifem.
Se ainda tem pessoas que não se atrevem a assumir a sua lesbianidade / transsexualidade / homossexualidade; se ainda tem crianças que morrem de fome; mulheres sem a liberdade para abortar e sem autonomia nos próprios corpos; latifúndios produtivos ou improdutivos – mas de um único dono – enquanto tem gente que não tem nem um pedacinho de terra onde plantar mandioca ou feijão; se ainda existe um Brasil racista; a nossa luta não pode se restringir à busca de igualdades dentro de um mundo desigual.

Para isso existe o nosso labrys, para dar visibilidade às injustiças, remover as terras e semear comida, idéias, revoluções. Junto a ele temos a força materializada das nossas amazonas.
Para que nunca mais uma mulher nos diga na “Parada” que já não há revolucionarixs entre nós.
Nós, MULHERES REBELDES, lutamos pela transformação da sociedade e a única reforma em que acreditamos é na reforma agrária porque sendo levada pelo MST, e no contexto histórico em que ocorre, está mais para revolução agrária.
É por isso que a nossa preocupação é transversalizar as lutas. Não acreditamos numa causa única e sim no conjunto delas.
Porque os direitos das pessoas burguesas que pagam (ou sonegam) seus impostos e acham que isso é suficiente como exercício de cidadania, e aquelas pessoas que sequer participam do mundo dos impostos existe um abismo. É importante lembrar que entre elxs existem lésbicas, gays, travestis, transsexuais e bissexuais pois nós transversalizamos a classes sociais. Mesmo que todas tenham os mesmo direitos legais, eles nunca existirão de fato, ou na prática, pelo menos dentro do universo da extrema desigualdade que se vive no capitalismo neoliberal.

Por tudo isto que desejamos e propomos semear esquerdas – no mais amplo sentido - para assim poder colher frutos de outras plantas. Plantas livres, pensantes, que tragam nelas o germe da revolução permanente.
Esses são os nossos sonhos, esta é a nossa luta.


MULHERES REBELDES
novembro de 2008


MANIFESTO LÉSBICO FEMINISTA ANTI CAPITALISTA

Em 1948 a cultura patriarcal machista, redigiu a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, mais conhecida como a “Declaração Universal dos direitos do HOMEM”, numa demonstração fiel e explicita do sexismo vigente na cultura, na estrutura e na linguagem da sociedade moderna.
Nós, LÉSBICAS FEMINISTAS, acreditamos que o dia 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, seja uma data para além da visibilidade, para denunciar a discriminação, a lesbofobia o machismo, o racismo e o classismo em que esta sociedade se sustenta, principalmente nos discursos científicos e religiosos que naturalizam e normatizam as famílias tornando-as nada mais que núcleos primários de reprodução das idéias conservadoras e da monogamia que faz o jogo do capitalismo.

Nos propomos, como Lésbicas Feministas, a “reparar” esse horrível e discriminatório fato acontecido 60 anos atrás, e consideramos que a data de 29 de agosto, Dia Nacional da VISIBILIDADE lésbica, é uma ótima oportunidade para, mais uma vez, apontar e denunciar esse patriarcado que nos oprime. Esse sistema homo-lesbo e transfóbico que gosta tanto de “ordens naturais” e que não faz mais do que cuidar das famílias consideradas bem concebidas
E para sair do discurso e entrar no campo da ação faremos, a partir de agora, a Declaração das Esquerdas Humanas, uma reparação não apenas lingüística, mas de fundo, à declaração de 1948.
Nós, viragos, sapatas, femmes, sapas, sapatonas, thildes, bolachas, fanchas, laidys, machorras, caminhoneiras, bofinhos, fanchonas, tortilleras, LÉSBICAS Somos e queremos ser diferentes - anormais - pois não seguimos a norma heterossexual, branca, masculina, burguesa e capitalista na qual se funda a hipócrita sociedade contemporânea ocidental. E assumir esta diferença e anormalidade impõe uma nova linguagem que explicite a nossa rebeldia.
Toda a vez que formos chamadas para obtermos “os mesmos direitos” falaremos em obter “esquerdas desiguais”, pois são nas diferenças que encontramos nossa essência.
Retiraremos de nosso vocabulário a palavra família, com todo o seu peso judaico-cristão, capitalista e monogâmico, e a trocaremos por “núcleos afetivos”.
Não queremos casamento, queremos uniões afetivas, não queremos hierarquia, queremos uma sociedade livre de fato, com todas as suas diferenças, livre de preconceitos e fobias, livre do peso da opressão sexista, machista, racista e capitalista.
Manteremos e sustentaremos o direito aos nossos corpos, à nossa sexualidade, ao nosso prazer e a condição de expressá-lo com quem desejarmos e aonde desejarmos, como seres livres e soberanos que somos.

Hoje após 40 anos daquele glorioso maio Francês, onde nossas precursoras se rebelaram, queimando soutiens nas ruas, e através dos muros pichados gritávamos “imaginação ao poder”, ousando nos tornar VISÍVEIS, queremos lembrar que continuamos a preferir ser metamorfoses ambulantes do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Porto Alegre, 29 de agosto de 2008.

Assinam este manifesto: mulheres rebeldes, Outra Visão, Liga Brasileira de Lésbicas, Coletivo Candace BR, Acarmo LBT, Lésbicas Independentes, Fuxico de Terreiro, Coletivo Nacional das Transexuais-rs, Pontão de Cultura Digital Minuano, Rede Nacional da Saúde das Lésbicas Negras (SAPATÁ).






viernes, 21 de noviembre de 2008

LIVROS A VENDA - Malena e il mare









Malena e il mare en italiani, para tudo gosto e piaccere
de marian pessah

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mulheres_rebeldes@hotmail.com

LIVROS A VENDA - Malena y el mar



de marian pessah

Malena y el Mar... o el arte para desatar las incómodas sogas del patriarcado

Mariana Pessah da sus primeros pasos en la literatura uniendo una serie de relatos que conforman la vida de Malena Urtiaga, lesbiana, fotógrafa y artesana de sus propios deseos.
Ni de novelas, ni de cuentos, las anécdotas que narra la protagonista podrían bien, enmarcarse en relatos violeta. Un nuevo género para una mujer que, movida por su curiosidad y sus inquietudes, subvierte en escenas cotidianas la trama de una realidad envasada en consignas tramposas.
Las huellas en el mar de Malena abren caminos de sueños nuevos, de rebeldía inclaudicable.
Una muchacha que descubrirá la palabra lesbiana con el mismo asombro y naturalidad que revelará el amor.
Escucharemos a aquella adolescente que se preguntaba si alguna “sapita lesbiana” la despertaría de la aburrida pesadilla del príncipe azul de los cuentos de hadas; y festejaremos a la mujer que no duda en cambiar el génesis de la historia usando la detonación de los sentidos, acudiendo a la libertad de la imaginación.
La Malena de Mariana Pessah, relata con voz de tango y embestida de rock and roll, como una mujer puede deshacerse de las normas y recrear un mundo propio, legítimo, a partir del registro, casi fotográfico, de su propia alma.
La música de Malena suena al ritmo de los cambios, de los miedos, de las certezas y del latido de su corazón.
Angélica Quiroga

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REVISTAS A VENDA - BARUYERA




Revista BARUYERA - Una tromba lesbiana feminista

Já tem 5 números editados, é uma revista argentina. Para conhecer mais http://baruyoaldia.blogspot.com/2008/10/la-tromba-ha-vuelto.html

Na cidade de Porto Alegre temos os números 3, 4 e 5.

Para consegui-la envia um mail para mulheres_rebeldes@hotmail.com
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LIVROS A VENDA - Escritos de una Lesbiana Oscura


Algunos comentarios de Claudia Korol sobre el libro de Yuderkys Espinosa

Quiero agradecer a Yuderkys la invitación al diálogo sobre las distintas temáticas que abarca su libro, que está escrito y compilado precisamente en esta clave: la del diálogo, que se sostiene a través de las páginas… Diálogo consigo misma, con nosotras, con otras, con las mujeres que fue, con las que fuimos, con quienes soñamos ser, con quienes ya no seremos.

El diálogo es, en las prácticas del feminismo, un ejercicio político indispensable, y un verdadero desafío. Ejercicio que reclama escuchar, escucharnos con atención, intentar comprender-nos … y aprender. Atrevernos a cruzar las fronteras tan rígidas a veces de nuestras propias definiciones. Saltar las trincheras que hemos levantado entre teorías y prácticas, entre utopías y experiencias cotidianas.

Necesitamos de un diálogo que no se vuelva un formal intercambio de saberes, sino que intente ser creativo, animándonos a compartir no sólo certezas sino también intuiciones, búsquedas, sensaciones.

Así está escrito este libro, en el que Yuderkis conjuga distintos lenguajes: el de la reflexión académica, el del testimonio, el de la sensibilidad a flor de piel.

En todos los sentidos, es un libro escrito “en la frontera”. No sólo porque éste es el nombre de la editorial que lo ha publicado. No sólo porque atraviesa las historias de mujeres que son nuestras historias, de manera comprometida y comprometiéndonos.
Es un libro escrito en aquella frontera en la que una mujer dominicana relata experiencias de mujeres argentinas. En la frontera de los saberes académicos y de los saberes que nacen de las vivencias de nuestros propios cuerpos en lucha.

Un libro que invita a revisar la propia noción de fronteras, y quiénes las han delimitado. Al servicio de quiénes. En nombre de qué razones o sinrazones. Para quienes hemos quedado atrapadas en los límites de las fronteras creada por el poder, para dividirnos, para controlarnos, para mejor humillarnos, aquí tenemos la posibilidad de correr las marcas, intentando desarmar los límites impuestos, como parte de nuestras batallas contrahegemónicas.

El nombre del libro: “Escritos de una lesbiana oscura” me intriga también por las difusas percepciones de las identidades que convoca. ¿“Oscura” es el tono de una identidad? ¿Es el color de “otra” identidad? ¿Lesbiana es una autodesignación, dentro del color de un pueblo, o de muchos pueblos, o una marca más que registra la piel de aquellas mujeres que cargan en su memoria las cicatrices de la esclavitud?

“Lesbiana oscura” … ¿será una manera de reconocerse, o el camino para desconocerse en la búsqueda también propuesta en el libro de disolución de las identidades?

¿Una provocación? ¿Una invitación al encuentro? ¿El nombre de las diferencias? ¿El color de nuestras certezas?

Leí el libro como quien mira una película. (Recién advertí el ojo que mira desde la tapa, al terminar la lectura).

Éste es un libro para mirar, para sentir, para discutir, mientras repasamos las diferentes escenas de historias que nos traen recuerdos que nos conmueven, nos alegran, nos enojan. Da ganas de comentarlo, de rebatirlo, de afirmarlo; preferentemente en grupo... Porque en realidad, estos son los escritos de muchas mujeres, con quienes dialoga o reflexiona Yuderkis. Podemos ser nosotras, pueden ser otras. Y en este juego de identidades que se rehacen, también vale la pena reflexionar sobre los tantos caminos que hemos encontrado para expresar nuestras resistencias.

Feministas, lesbianas, afrodescendientes, mujeres trabajadoras, desocupadas, campesinas, indígenas, travestis, tantas maneras de nombrarnos posibles, en un debate que habla de identidad. Que discute la identidad como un camino para perpetuar una lógica de opresión.

Frente a estas definiciones, quisiera aventurar otra mirada. La de algunas educadoras populares, que vamos caminando, y buscando junto a los movimientos populares, como parte de ellos, espacios y horizontes de emancipación. En estas marchas, muchas veces reconocemos a la identidad como expresión de un momento de unidad de un colectivo, de valorización de una diferencia, que habitualmente es utilizada para despreciarnos o subalternizarnos. En los movimientos en los que participamos, la identidad suele ser el espacio para nombrar una resistencia. También puede volverse un límite que perpetúe una lógica de opresión, cuando la identidad no se vuelve punto de partida sino el final del camino. Cuando resulta la manera no de empezar a caminar, sino de detener la marcha y las preguntas, las inquietudes, las búsquedas de nuevas identidades que también nos movilicen.

No pretendemos que toda la propuesta emancipatoria, comience y termine en las políticas de identidad. Pero sí entendemos que éstas son –en este tiempo histórico- puntos de partida para la creación de sujetos colectivos, y para la formación de la autoestima individual de quienes aprendemos a reconocer en la diferencia una oportunidad más y no un límite para nuestro camino común.

En un mundo en el que las opresiones capitalistas, imperialistas, patriarcales, xenófobas, homofóbicas, se refuerzan mutuamente, en pos del disciplinamiento alrededor del pensamiento y el sentimiento homogéneos organizados desde el poder; es todavía grande el desafío para quienes no aceptamos su orden, sus mandatos, su voluntad de domesticarnos. Para quienes creemos y queremos revolucionar no sólo las esferas políticas, o económicas, o sociales, sino también la vida cotidiana, los sentidos, las experiencias vitales, la creación de grupos, de colectivos, de espacios donde expresarnos desde nuestras múltiples identidades, el reconocimiento de las mismas es parte de los esfuerzos cotidianos de rehacer el mundo, nombrando la diversidad, e inventando los espacios para el encuentro.

Somos concientes que en los movimientos populares que se dicen emancipatorios, hay demasiadas prácticas todavía que reproducen en su interior jerarquías, discriminaciones, naturalizando el orden patriarcal y heterosexual, con los mismos códigos de la cultura judeo cristiana. Movimientos emancipatorios que limitan la lucha contra la explotación, al objetivo de terminar con la propiedad privada o de lograr una mejor distribución de la riqueza, con un enfoque reduccionista, economicista, y determinista, que supone que desde esta base económica modificada, se podrán poner en marcha otras emancipaciones “secundarias” frente a su perspectiva. En este tipo de movimientos, una expresión de identidad glttbi, puede resultar más desafiante que varios discursos fuertemente clasistas, y antiimperialistas. La posibilidad de que estos movimientos acepten y valoren la diversidad sexual, como parte de su comprensión del conjunto de la experiencia humana, permite que los mismos crezcan no sólo en términos numéricos, sino sobre todo en su capacidad de desicfrar el mundo que se proponen cambiar, y en hacer de las organizaciones espacios más habitables, en los que puedan convivir las acciones de resistencia al poder, con las políticas movilizadas por el deseo.

La subjetividad en las resistencias, el deseo, la libertad, los sueños, que han sido parte de los rituales de una generación que dotó al feminismo de horizontes utópicos, siguen siendo parte de las inscripciones necesarias para las batallas actuales. Por eso este libro, escrito también con pasión, con emoción, con rabia, con alegría, nos invita a retomar antiguos debates, como si fueran nuevos, en otros escenarios, y con el mismo fervor.

Claudia Korol

LIVROS A VENDA - El Patriarcado al desnudo


Tres feministas materialistas: Colette Guillaumin, Paola Tabet, Nicole Mathieu.

BRECHA LÉSBICA. Compiladoras Ochy Curiel / Jules Falquet.

El “feminismo materialista francés” es sin duda una de las corrientes más radicales, aunque poco conocidas, del pensamiento y la práctica feminista. Desde 1970, su perspectiva teórica y política desnuda las raíces mismas de la subordinación de las mujeres al demostrar que no son un grupo biológico, natural, sino que al contrario una clase social, de sexo, construida por relaciones de producción y de explotación.

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miércoles, 19 de noviembre de 2008

Cultivar nossos direitos ou semear nossas esquerdas?




primero en lengua brasilera

No domingo 16 de novembro aconteceu em Porto Alegre a 12º Parada Livre, a sua palavra de ordem foi “cultive seus direitos”. Mais uma vez queremos repensar a palavra direitos que preferimos chamar de esquerdas. De fato foi assim que nos expressamos vários grupos desta cidade no manifesto lésbico feminista anti-capitalista[1].


A partir desse mesmo ponto de vista queremos discutir a proposta dos grupos da organização da “Parada” cujo espaço está dominado pela ordem patriarcal-comercial[2]. Por isso, antes de tudo, se faz necessário visibilizar um “feminino” sempre oculto, escondido, negado frente a um “neutro” generalizador – diríamos – totalizador.
Além disso, e é desse tema que queremos tratar, propomos pensar em semear esquerdas porque falar delas sugere a opção de dar a volta e enxergar as nossas realidades quotidianas desde um outro canto.

Nos propomos começar pela base: quais são os objetivos do movimento LGBT, o que queremos, quais nossos sonhos, as nossas utopias? Vamos desligar por um momento o som das boites que inundam a cada ano a “Parada” para assim movimentar os neurônios.
É preciso tomar consciência que já existem leis que ainda não se conhecem ou não se sabe direto como implementá-las; ainda há pessoas que não se atrevem a falar abertamente da sua lesbianidade / transsexualidade/ homossexualidade; ainda há pessoas que acreditam que pelo fato de pagar impostos merecem direitos. Achamos que temos um longo caminho a transitar e não somente pela faixa da direita, nem dos tapa-buracos.

Nós, MULHERES REBELDES, consideramos a nossa lesbianidade uma ferramenta polítika representada com um machadinho – vejam bem – duplo
[3]. Não esperamos iniciativas ditadas pelos governos, FMI, Banco Mundial ou Unifem.
Se ainda tem pessoas que não se atrevem a assumir a sua lesbianidade / transsexualidade / homossexualidade; se ainda tem crianças que morrem de fome; mulheres sem a liberdade para abortar e sem autonomia nos próprios corpos; latifúndios produtivos ou improdutivos – mas de um único dono – enquanto tem gente que não tem nem um pedacinho de terra onde plantar mandioca ou feijão; se ainda existe um Brasil racista; a nossa luta não pode se restringir à busca de igualdades dentro de um mundo desigual.

Para isso existe o nosso labrys, para dar visibilidade às injustiças, remover as terras e semear comida, idéias, revoluções. Junto a ele temos a força materializada das nossas amazonas.
Para que nunca mais uma mulher nos diga na “Parada” que já não há revolucionarixs entre nós.


Nós, MULHERES REBELDES, lutamos pela transformação da sociedade e a única reforma em que acreditamos é na reforma agrária porque sendo levada pelo MST, e no contexto histórico em que ocorre, está mais para revolução agrária.
É por isso que a nossa preocupação é transversalizar as lutas. Não acreditamos numa causa única e sim no conjunto delas.
Porque os direitos das pessoas burguesas que pagam (ou sonegam) seus impostos e acham que isso é suficiente como exercício de cidadania, e aquelas pessoas que sequer participam do mundo dos impostos existe um abismo. É importante lembrar que entre elxs existem lésbicas, gays, travestis, transsexuais e bissexuais pois nós transversalizamos a classes sociais. Mesmo que todas tenham os mesmo direitos legais, eles nunca existirão de fato, ou na prática, pelo menos dentro do universo da extrema desigualdade que se vive no capitalismo neoliberal.

Por tudo isto que desejamos e propomos semear esquerdas – no mais amplo sentido - para assim poder colher frutos de outras plantas. Plantas livres, pensantes, que tragam nelas o germe da revolução permanente.
Esses são os nossos sonhos, esta é a nossa luta.


MULHERES REBELDES
novembro de 2008



¿Cultivar nuestros derechos o sembrar nuestras izquierdas?

agora em língua argentina

El domingo 16 de noviembre aconteció en Porto Alegre la 12º Parada Livre
[4], su lema era : “cultivá tus derechos”. Una vez más queremos repensar la palabra derechos a la que preferimos llamar de izquierdas. Fue así como nos expresamos varios grupos de esta ciudad en el manifiesto lésbico feminista anti-capitalista[5].


A partir de este mismo punto de vista queremos discutir la propuesta de los grupos de la organización de la “Parada” cuyo espacio está dominado por el orden patriarcal-comercial[6]. Por eso y antes que nada, se hace necesario visibilizar un “femenino” siempre oculto, escondido, negado frente a un “neutro” generalizador – diríamos – totalizador.
Además, proponemos pensar en sembrar izquierdas porque hablar de ellas sugiere la opción de dar la vuelta y mirar nuestras realidades cotidianas desde el otro lado del mostrador, un ángulo diferente al acostumbrado.

Proponemos comenzar por la base: ¿cuáles son los objetivos del movimiento LGBTT, qué queremos, cuáles son nuestros sueños, nuestras utopías? Apaguemos por un momento la música de los boliches que inundan cada año la “Parada” para poder mover las neuronas.
Es necesario recordar que existen leyes que todavía no se conocen o no se sabe cómo implementarlas; que aún hay personas que no se atreven a hablar abiertamente de su lesbianidad / transexualidad/ homosexualidad; que todavía hay quienes relacionan el hecho de pagar impuestos con merecer derechos. Tenemos un largo camino por transitar y no solamente por el carril de la derecha, ni tampoco de los tapa-agujeros.

Nos-otras, MULHERES REBELDES, consideramos nuestra lesbianidad una herramienta polítika representada por un hacha – vean bien – doble
[7]. No esperamos iniciativas de los gobiernos, FMI, Banco Mundial ni Unifem.


Siempre que haya personas que no se atrevan a asumir su lesbianidad / transexualidad / homosexualidad; niñas y niños muriendo de hambre; mujeres sin libertad para abortar y sin autonomía para decidir por sus propios cuerpos; latifundios productivos o improductivos – pero de un único dueño – mientras, paralelamente, haya gente que no tiene ni un centímetro de tierra donde plantar mandioca o arroz; mientras exista un Brasil racista; nuestra lucha estará activa pues no la restringimos a la búsqueda de igualdades dentro de un mundo desigual.

Para eso tenemos nuestro labrys, para dar visibilidad a las injusticias, remover las tierras y sembrar comida, ideas, revoluciones. En él traemos la fuerza materializada de nuestras amazonas.
Para que nunca más una mujer nos diga en la “Parada” que ya no hay revolucionarixs entre nosotrxs.
Nos-otras, MULHERES REBELDES, luchamos por la transformación de la sociedad y la única reforma en que creemos es la reforma agraria porque siendo “implementada” por el MST – Movimiento de trabajadorxs rurales Sin Tierra y con tierra, y en el contexto histórico que se enmarca, está más cerca de una revolución agraria.
Por eso nuestra preocupación consiste en transversalizar las luchas, pues no creemos en una causa única y sí en el conjunto de ellas.


Porque los derechos de las personas burguesas que pagan (o evaden) sus impuestos y por eso creen que es suficiente como ejercicio de ciudadanía, y aquellas personas que ni siquiera participan del mundo de los impuestos existe un abismo. Es importante recordar que entre ellxs existen lesbianas, gays, travestis, transexuales y bisexuales pues nosotrxs transversalizamos las clases sociales. Suponiendo que todas tuvieran los mismos derechos legales, ellos nunca existirán de hecho, o en la práctica, no por lo menos dentro del universo de extrema desigualdad que se vive en nuestro sistema patriarcal capitalista neoliberal.

Por todo esto, es que deseamos y proponemos sembrar izquierdas – en el más amplio sentido - para así poder cosechar frutos de otras plantas. Plantas libres, pensantes, que traigan dentro de ellas el germen de la revolución permanente.
Estos son nuestros sueños, esta es nuestra lucha.


MULHERES REBELDES
noviembre de 2008

[1] Ver http://radicaldesdelaraiz.blogspot.com/2008/09/manifiesto-lsbico-feminista-anti.html

[2] É importante lembrar que hoje nas principais cidades do mundo se realizam as Marchas do Orgulho LGBTT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais - em homenagem á revolta de Stonewal acontecida em junho de 1969 num bar “de ambiente” sitiado na cidade de Nova York. A pretexto de manter a ordem, seguidamente a policia espancava xs freqüentadores, mas neste dia xs fregueses resolveram resistir e expulsaram os policias a força. Foi uma revolta que durou 3 dias. A partir daí se comemora o 28 de junho como dia de rebelião, de luta, de forças. Orgulho pela dignidade que nossxs companheirxs tiveram naquele momento.

[3] Também chamado labrys.


[4] Es el nombre que se le da aquí a las Marchas del Orgullo LGBTT

[5] Ver http://radicaldesdelaraiz.blogspot.com/2008/09/manifiesto-lsbico-feminista-anti.html

[6] Es importante recordar que hoy en las principales ciudades del mundo se realizan las Marchas del Orgullo LGBTT - lesbianas, gays, bisexuales, travestis, transexuales - en homenaje e la revuelta de Stonewal acontecida en junio de 1969 en un bar “de ambiente” de la ciudad de Nova York. Con el pretexto de mantener el orden, seguidamente la policía invadía con violencia el lugar, pero este día las personas resolvieron no aguantar más y expulsaron a los polis a la fueza. Fue una revuelta que duró 3 días. A partir de ahí se conmemora el 28 de junio como día de rebelión, de lucha, de fuezas. Orgullo por la dignidad que nuestrxs compañexs tuvieron en aquel momento.
[7] También llamado labrys.

lunes, 10 de noviembre de 2008

reunião dia 12 de novembro lendo a Ochy Curiel

Olá gente! Esta semana estamos propondo a (re)leitura de um texto de Ochy Curiel “Subvertendo o patriarcado a partir de uma aposta lésbica-feminista”. Achamos que ele cai como uma luva nas nossas mãos , numa época, numa hora, que tanto se fala em identidades passivas : a lésbica, a negra, a mulher.
A Ochy apresentou este texto, 3 anos atrás, quando foi o Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho em São Paulo.

Pensamos que ser lésbica vai muito alem de uma mulher que ama a outra mulher, para nós – mulheres rebeldes - é uma forma de encarar a vida, de revolucionar a sociedade, de denunciar normas estabelecidas. Uma ferramenta de luta contra o sistema que tanto desejamos mudar.
A gente não pode se definir em relação a alguém, e se em este momento não estou amando, viro heterossexual? As mulheres heterossexuais quando não estão com um homem, podem ser lésbicas?
Que tem a ver ser lésbica com o feminismo?

Te convidamos a que leias este texto e venhas a debater conosco estas e outras questões que aqui se colocam.

Te esperamos na quarta-feira, 12 de novembro as 18.30 horas na Travessa Francisco Leonardo Truda 40, sobreloja – Porto Alegre/RS.

Fones : 51 – 3333 3538 / 9239 1891 / 9253 4300
mulheres_rebeldes@hotmail.com


clarisse castilhos e marian pessah

Subvertendo o patriarcado a partir de uma aposta lésbica-feminista

X Encontro Feminista da América Latina e do Caribe
9-12 de outubro, 2005
Serra Negra, São Paulo

Ochy Curiel


Esta voz que hoje tem o privilégio de abrir o debate neste X encontro feminista não é apenas minha, comigo falam Las Chinchetas, Lesbianas Feministas en Colectiva, Mulheres Rebeldes e Brecha Lésbica que do México, Buenos Aires, Porto Alegre e Paris tecemos uma trama de cumplicidades políticas, ultrapassando fronteiras. Não sou representante delas, não substituo suas próprias vozes, mas por apostar numa construção coletiva lésbica-feminista, aproveito este espaço para evidenciar nossa posição política face o tema proposto neste painel: a radicalização da democracia.

“Radicalização”, “Democracia”, dois conceitos políticos contraditórios, impossíveis de serem unidos a partir de uma proposta crítica e revolucionariamente feminista.

Democracia continua sendo hoje, mais do que nunca, um conceito patriarcal e liberal que se apresenta como uma matriz civilizatória, como a aspiração de sujeito ilustrado que o feminismo da segunda onda tanto criticou por ter se instalado desde a ótica de uma masculinidade branca, heterossexual e com privilégios de classe.

Ainda que a democracia, em muitos momentos históricos tenha aparecido como um conceito oposto ao de ditadura, regime que durante muitos anos perdurou em muitos de nossos países latinoamericanos e caribenhos e cujas seqüelas continuam presentes, até onde saibamos, não acabou com as desigualdades de classe, com o racismo, com a heteronormatividade e com o sexismo…. Nunca. Todo mundo fala de democracia: os estados, os governos, os partidos, as Nações Unidas, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, as instituições responsáveis por difundir e estabelecer o patriarcado capitalista com a ajuda de muitas mulheres e feministas que seguem fazendo o jogo, hoje mais do nunca. Democracia é uma forma de organização social que tem que ser questionada e deve ser substituída, desde uma ótica feminista, por outras propostas mais participativas e sobretudo transformadoras.

Como é possível que depois de tanto tempo em que nós-outras vivemos nesta mentira, muitas ainda aspirem a ela? É preocupante, mas não é por acaso. Instalar-se nesta lógica mentirosa tem sido, para muitas feministas, a única política possível, mesmo que em prejuízo da própria história – de outras e delas mesmas. A cumplicidade segue impune vem dizendo vozes feministas desde o Encontro de Salvador, já faz um tempo: as cúmplices, as autônomas, as Mujeres Creando, Las Chinchetas entre muitas outras.

Pareceria que não há outras formas de sonhar com outros mundos, outras lógicas, outras utopias feministas fora das instituições patriarcais.

Dito isto não queremos dedicar este espaço a aprofundar a discussão sobre democracia porque nos colocamos em outro lugar e o conceito de radicalidade sim nos dá possibilidades de repensar uma nova utopia feminista.

Nós-outras, as lésbicas feministas, antirracistas e anticapitalistas apostamos na construção de outro mundo, um mundo libertário, ainda em construção, por sonhar e mais ainda por concretizar. E nos posicionamos a partir da radicalidade. Não aquela que acompanha como apelido o tema da democracia deste X Encontro, mas aquela que questiona, que duvida, que faz barulho, que cria e imagina, que parte de uma visão de que ser lésbica, afro-descendente, mestiça, indígena, feminista é uma posição política e não uma identidade essencial que nos leva a fragmentar o pensamento e aposta em como seria olhar somente desde identidades étnicas ou sexuais. Radicalidade que se expressa no combate a todas as formas de opressão, incluindo as que se geram em nossos movimentos e em nós mesmas. Radicalidade que assume como perspectiva central a autonomia política, ideológica e financeira. Não aceitamos que as financiadoras nos ditem o que temos que fazer ou dizer, também não permitimos que os governos e os estados controlem nossos corpos e nossa política.

Tratamos de construir solidariedades e cumplicidades entre mulheres, no Sul, no Norte ou entre Sul-Sul, Norte-Norte porque se bem entendemos que existem desigualdades estruturais de raça, classe, regiões, entre mulheres, aspiramos a que essas desigualdades desapareçam, pois se faz necessário unir os sonhos mais além das fronteiras que nos impõe o patriarcado. O feminismo sempre foi internacionalista e hoje, frente a esse mundo globalizado tem ainda mais razão para seguir sendo.

A construção coletiva é nossa aposta principal, e tratamos de dar conteúdo em nossas vidas cotidianas, com nossos afetos mais próximos, nossas famílias de origem, nossos grupos de ação políticas, nas comunidades onde vivemos. Isso significa desde assumir o compartilhamento das tarefas domésticas, ao invés de explorar o trabalho de outras mulheres, até gerar solidariedades e cumplicidades políticas, materiais e humanas. Esse continum lésbico de que falava Adrianne Rich continua sendo válido para a construção do movimento, continum que acredita na solidariedade entre todas as mulheres que lutam contra o patriarcado, mesmo sem ser lésbicas.

Ser lésbicas feministas radicais e autônomas é poder ter a capacidade e a valentia de não aceitar migalhas ou pedacinhos do pastel com a mesma receita patriarcal. É descer desse trem e ir muitas vezes a pé, pela calçada, pelas margens, apostando numa criatividade fora do convencional, com arte, teoria, com amor pelas mulheres, questionando o matrimonio, a família nuclear, o casal tradicional como únicas formas possíveis de amor, prazer e sobrevivência.

Nada disso é fácil. Vivemos plenas de contradições, temos limites, nos quebramos emocional e materialmente… A única coisa que nos permite sobreviver é porque acreditamos que é preciso mudar esse mundo, mudá-lo no fundo e na forma, porque estamos convencidas de que se sonhamos é porque isso pode acontecer.

Para mudá-lo entendemos que, mesmo que hoje seja necessário articular as lutas com outros movimentos, grupos, individuais e indivíduos, esta articulação não pode ser feita sem fundamentos políticos. Acreditamos na autonomia dos movimentos sociais e políticos porque as histórias e experiências particulares e específicas são as que demarcam as posições.

O feminismo como visão de mundo, como pensamento e prática política, como proposta de novas formas de vida é uma teoria política e uma ideologia mas, além disso e talvez muito mais importante, o feminismo é um movimento político. Como movimento político se assenta numa delimitação estratégica que dá sua especificidade, sua unidade, que permite a construção de um projeto político comum que o fundamenta e torna possível sua existência. Mulheres é uma categoria política que nos articula, com histórias e séculos de subordinação e de propostas. Não é identidade auto-definida, é uma construção social que devemos descontruir ao mesmo tempo em que nos serve para a política enquanto o patriarcado não for eliminado.

Nesse tempos em que palavra identidade ressoa suspeitosamente em nossos ouvidos, devemos questioná-la e ao mesmo tempo relativizar sua crítica e dar-nos conta de que qualquer grupo político, para ser definido como tal, deve delimitar o seu campo de ação, estabelecer linhas divisórias que definam seu próprio sujeito, que o demarquem. Isso é necessário para a política, para qualquer política. A proposta de avançar até uma solidariedade sem fundamento não deveria confundir-nos, não deveria ser tomada ilusoriamente, não deveria fazer-nos esquecer o paradoxo de que aquilo que faz a possibilidade da política é a demarcação de uma voz, de um corpo, de uma história de opressão compartilhada, mas sobretudo de um projeto político, que contém as especificidades porque é o que permite o surgimento de um discurso, de uma prática e de uma aposta.

Para que as mulheres nos constituamos como sujeitos políticos com corpos históricos, partimos de uma história de subordinação e de exploração que difere em grande medida de outros grupos humanos. É a partir daí que defendemos a autonomia.

É por isso que frente às acusações de fundamentalistas, anti-democráticas quando defendemos os espaços de lésbicas e de nos mulheres respondemos:

Enquanto o patriarcado com suas opressões continuar cobrando vidas de mulheres, enquanto nos negue a possibilidade de levantar nossas vozes, enquanto nossos corpos seguem sendo estereotipados, utilizados, violados, racializados; enquanto se assuma a heteronormatividade como “o” modelo de relações erótico-amorosas-sexuais, enquanto se siga explorando sexual e econômicamente as mulheres, enquanto lhes seja pago um menor salário por igual trabalho que os homens… (e os etcéteras podem ser muito longos); nós, a partir de uma posição radical seguiremos defendendo os espaços políticos autônomos mesmo que abertos à articulação com outros movimentos sociais e sócio-sexuais.

Estamos dispostas a debater, coordenar e articular com os e as trans, assim como com outros grupos políticos, mas desde seus próprios espaços, assim como nós construímos o nosso.

Voltando ao tema central : a opressão e a exploração das mulheres e o desmoronamento deste mundo, a miséria e a violência crescente que nos esmaga, para este X encontro convidamos a retomar a ética feminista que questiona a fundo todas as opressões, que abre novas possibilidades humanas fora de toda lógica patriarcal e neoliberal, que constrói revoluções pessoais e coletivas com a solidariedade e com o apoio mútuo, desde a autogestão e a criatividade, que permita a nosso movimento andar com seus próprios pés, não no trem das Conferências Mundiais da ONU e seus processos pre e post preparatórios, que instalou a tecnocracia de gênero e busca cooptar nossos discursos e nossas práticas, mas uma ética desde o movimento social, somando energias, vozes e corpos.

Convidamos a retomar uma ética feminista que nos leve a solidarizar com outras lutas como a dos povos indígenas, afro-descendentes, gays, travestis, transexuais, pessoas com outras capacidades, meninas e meninos ... respeitando seus próprios processos políticos.

Temos que inventar, imaginar, porque aquilo que aspiramos não é um modelo, mas essa é também nossa vantagem, pois nos faz sair de toda lógica patriarcal. Temos que subverter, desobedecer, porque “só a desobediência nos fará livres”. Para que siga existindo flores, borboletas e passarinhos. Para que as mulheres comam e saciem sua fome. Para que o amor possa viver e florescer. Para que as crianças possam crescer, aprender música, sonhar. Para que as avós terminem suas vidas com dignidade e compartilhando sua sabedoria, em vez de mendigar nas ruas. Para que não haja mais mulheres assassinadas, violadas, espancadas, enganadas, forçadas a vender seu corpo nas esquinas da morte ou em bares nauseabundos. Para que não existam mais mulheres indígenas violadas pelos soldados, para que não haja mais trabalhadoras domésticas negras deixando suas filhas sem comer de manhã. É preciso fazer a revolução feminista, aquela que toca as bases materiais e simbólicas, aquela que nos fará dançar porque já seremos livres.

viernes, 7 de noviembre de 2008

todas com Malagueta


Olá gente! Como vão, tudo certinho?
Queremos convidar todas e todos para o lançamento do livro As guardiãs da magia, da escritora carioca Lúcia Facco, neste sábado, 8 de novembro.


Este é o primeiro título da Editora - lésbica -Malagueta http://www.editoramalagueta.com.br/editora/.

A autora estará em Porto Alegre para a sessão de autógrafos na Feira do Livro, no dia 8 de novembro, a partir das 14h30 no Pavilhão dos Autógrafos na praça da Alfândega.

Em seguida, as 16 horas, vai promover um bate-papo com as leitoras no Porto Beer Bar Café, rua da República, 38, Cidade Baixa. A conversa sobre literatura lésbica também contará com a apresentação da cantora Blanca Queiroga.


Lançamento de livro

As guardiãs da magia, de Lúcia Facco
Sábado, dia 8 de novembro de 2008
- 14h30: sessão de autógrafos no Pavilhão de Autógrafos da 54a Feira do Livro de Porto Alegre, praça da Alfândega
- 16h: bate-papo da autora sobre literatura lésbica no Porto Beer Bar Café, rua da República, 38 Cidade Baixa